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Conselho de Família: minha empresa precisa disso?

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Proveniente do latim “concilium”, a palavra conselho significa “um grupo de pessoas reunidas”. Para empresas familiares, o conselho é essencial especialmente no que diz respeito à gestão de conflitos entre os membros da família. Nesse sentido, o Conselho Familiar serve para facilitar o diálogo sobre a relação da família com o negócio a fim de evitar quaisquer problemas que poderiam comprometer os resultados empresariais.

Muitos diretores de empresas familiares desconhecem a importância do Conselho de Família. Se esse for o seu caso, queremos ajudá-lo a desmistificar essa visão. Confira, então, este artigo especial!

Entenda o Conselho de Família

Uma empresa familiar exerce uma grande influência em todo o núcleo familiar, uma vez que as decisões sobre o rumo da organização afetam todos os membros, incluindo aqueles que não estão envolvidos com o negócio. Imagine o impacto de escolher quem será o CEO da próxima geração, por exemplo. A decisão, que deveria ser vista puramente como uma decisão de negócios, pode acabar sendo uma disputa entre dois irmãos ou entre um membro familiar e um não familiar.

É aí que entra o Conselho de Família, pois ele serve para auxiliar os membros familiares a encontrarem soluções aos problemas envolvendo propriedade, família e gestão (as três dimensões de organizações gerenciadas por famílias). Para você entender a função de um conselho, tenha em mente que ele surgiu como alternativa para mitigar os conflitos e rupturas em empresas familiares. Todavia, os motivos para criar um Conselho Familiar vão além.

Por que criar um Conselho de Família?

De modo geral, o Conselho de Família é uma oportunidade estruturada para:

  • Construir e manter a compreensão dos valores familiares, da unidade familiar e do sucesso empresarial dos membros da família;
  • Construir e manter programas efetivos de desenvolvimento pessoal e profissional para todos os membros em suas áreas de atuação;
  • Eleger membros familiares qualificados para serem diretores e gestores;
  • Desenvolver estratégias de longo prazo;
  • Servir como um elo de comunicação entre a família e o conselhos de administração (se ele existir);
  • Promover oportunidades para que todos os membros da família possam contribuir de alguma forma para o bem-estar geral do núcleo familiar e para o sucesso do negócio;.
  • Os membros aprenderem sobre seus direitos e responsabilidades;
  • Discutir questões relacionadas à família e à empresa de maneira mais profissional (evitando que assuntos da empresa sejam levados aos encontros de família);
  • Definir os interesses de cada membro com a empresa;
  • Desenvolver o planejamento sucessório;
  • Definir os cargos ocupados por membros da família;
  • Evitar que conflitos familiares afetem os negócios (o Protocolo Familiar também é uma ferramenta de administração de conflitos);
  • Proteger os interesses familiares no negócio.

O Conselho de Família serve também como um espaço para os membros da família poderem compartilhar seus objetivos, preocupações e ideias pessoais sobre assuntos que afetam os valores familiares, a unidade familiar e o sucesso nos negócios.

Como criar um Conselho de Família?

O Conselho Familiar é uma instituição formal e, como apontamos, pode ser formado tanto por membros familiares ativos no negócio quanto por aqueles que não exercem função na empresa. O ideal é que seja composto por um número ímpar de participantes, evitando o empate nas votações. Quanto ao tamanho, pense em cinco até nove membros, mas essa não é uma regra.

Após selecionados os participantes do Conselho de Família, será necessário realizar a primeira reunião. É recomendado que a família utilize um facilitador externo para planejar e conduzir o encontro, especialmente se ela estiver atravessando momentos difíceis ou se existir um clima de tensão no ar.

O ideal é que essa primeira reunião, principalmente, ocorra em um final de semana, em um local diferente (como em um hotel), onde a família possa intercalar momentos de reunião com os de lazer. O facilitador (que pode ou não ser externo) pode iniciar abordando a história da família e do negócio familiar, já que o Conselho de Família serve também para reforçar o senso de pertencimento de cada membro ao negócio.

Em seguida, deve-se partir para a definição dos valores e da missão da família. Algumas perguntas que podem estar na pauta:

  • Qual é a nossa filosofia como família?
  • Quais são os valores fundamentais e as crenças morais que devem guiar nossa conduta?
  • Que princípios norteiam a cultura familiar?
  • Por que estamos no negócio?
  • Por que queremos continuar no negócio?
  • O que nós apoiamos?
  • O que esperamos um do outro em termos de comportamento e participação?

Igualmente importante é o Conselho de Família avaliar onde estão agora, como família e empresa para, em seguida, visualizar o futuro juntos. Itens importantes a serem levados em consideração:

  • Quais serão os objetivos da família e empresa em longo prazo?
  • Quais obstáculos ou riscos teremos que superar para tornar nossas visões em realidade?

Nessa primeira reunião deve-se também criar um código de ética e conduta. Ele servirá como modelo a ser seguido para definir o relacionamento entre empresa, acionistas, administradores, herdeiros e sucessores. Ainda, é de suma importância que seja definido um calendário de reuniões.

Ressaltamos ainda que o segredo do sucesso de um Conselho de Família está na comunicação. Por comunicação não queremos dizer “eu vejo fulano todos os finais de semana, então sabemos de tudo que está acontecendo”. Pelo contrário, a comunicação no contexto do Conselho Familiar tem a ver com respeitar que cada participante tem direito à voz (não apenas ao voto).

Concluindo

Criar um Conselho de Família e colocá-lo em prática é um investimento de tempo e de dinheiro, e não um gasto. Muitas famílias, especialmente quando o negócio está em fase inicial, tendem a não se preocupar com o assunto, empurrando-o com a barriga (ou por falta de conhecimento mesmo).

Todavia, destacamos que o Conselho de Família cria uma estrutura confiável para abordar questões familiares e de negócios, além de que melhora a comunicação entre os membros, cria um senso mais claro da missão e dos valores da família e evita que tópicos familiares acabem se misturando com a gestão do negócio.

Um Conselho de Família eficiente e eficaz é capaz de trabalhar e alcançar metas e resultados de longo prazo muito mais consistentes com o objetivo estratégico organizacional. Por isso é que muitos especialistas o enxergam como uma ferramenta que garante a perenidade das empresas familiares.

Esperamos que nosso artigo tenha ajudado você a compreender mais sobre o Conselho de Família. Caso tenha alguma dúvida ou queira saber mais sobre o tema, deixe um comentário ou entre em contato. Fique também à vontade para compartilhar este post com seus colegas.

Créditos imagem: Pixabay por Alexas_Fotos[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

2 respostas
  1. Fernando Emílio de Sousa diz:

    Nas reuniões o Ministério Público, também participa? Muito obrigado.

  2. Patricia C Cucchiarato Sibinelli diz:

    Não é o objetivo do conselho de família, a menos que este elemento tenha sido citado, ou envolvido em algum tipo de processo / procedimento.
    Obrigada pela pergunta.

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
  • Diretora Executiva
  • Mentoria em gestão de negócios.
  • Tel: (11) 9 9911 0274