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A publicidade tradicional está prestes a ser história. Será?

Desde quando o marketing digital começou a ganhar força existe a pergunta: o marketing tradicional morreu? Se analisarmos a história veremos o quanto gostamos de fazer perguntas desse tipo.

Será o fim do rádio? Os jornais impresso morrerão? Revistas físicas existirão por quanto tempo? E os livros em papel?

Todas as perguntas fazem sentido, já que quando tratamos de evolução é normal pensarmos que algo mais forte eliminará algo mais fraco. As mesmas dúvidas existem com relação à publicidade tradicional e à publicidade digital.

Diferenças entre publicidade tradicional e digital

A publicidade tradicional é aquela com a qual crescemos: anúncios em jornais e revistas, propagandas nos canais de televisão e nas emissoras de rádio, e outdoors (todas essas ações são conhecidas também como marketing offline). Em todos esses casos, os anúncios são comprados por empresas com base em quantas pessoas podem ser alcançadas. A máxima é a de “quanto mais, melhor”.

Por sua vez, a publicidade digital é aquela que, como o nome sugere, nos deparamos no mundo online. Anúncios nas redes sociais e em mecanismos de buscas são exemplos dessa nova forma de aparecer.

Entenda que ao contrário de pensar em quantas pessoas alcançar, a publicidade digital preocupa-se em alcançar as pessoas certas. A dedução aqui é quando, como e onde colocar a mensagem para o público-alvo.

Isso trouxe uma mudança na maneira como empresas enxergam e fazem o marketing. No lugar de criar uma mensagem geral para um público geral, a publicidade digital fala em adaptação dessa mensagem para as pessoas certas que precisam (ou estão pesquisando sobre) os produtos/serviços da organização.

Com isso, quando tratamos de marketing online as empresas não compram mais espaços para anúncios, mas investem em uma estratégia de anúncios que as conectam ao cotidiano das pessoas com um perfil definido (e aqui entram questões de segmentação geográfica, cargo, idade, interesses etc.).

Isso significa o fim da publicidade tradicional?

Para começar a discussão, muitos especialistas dizem que a publicidade hoje tem muito mais impacto quando o digital e o real se complementam.

Pense, por exemplo nos banners na internet. Praticamente eles são os outdoors que vemos quando estamos dirigindo. A estratégia por trás de ambos é a mesma: chamar a atenção dos espectadores com uma imagem atraente e algumas palavras cuidadosamente escolhidas.

Nos dois casos as mensagens precisam ser atrativas, pois se uma página na web é escaneada pelos nossos olhos em segundo, o mesmo acontece com um outdoor. Dependendo da estratégia, a empresa pode investir nos dois meios de publicidade (real e virtual).

Saindo dos outdoors vamos agora aos comerciais. Se analisarmos os anúncios na TV, ainda veremos o quanto empresas investem nesse meio. Um caso muito conhecido é do Superbowl (principal campeonato de futebol americano nos EUA). O espaço para propaganda na televisão nos intervalos do evento é altamente disputado, pois os comerciais são assistidos por milhares de pessoas (e custam também milhares de dólares).

Portanto, respondendo à pergunta do tópico:

  • Pessoas ainda estão assistindo TV, ouvindo rádio e lendo jornais impressos;
  • Grandes players de bens de consumo ainda investem pesadamente em marketing offline para suas campanhas;
  • O marketing tradicional ainda gera muita confiança, já que está aqui há muito mais tempo;
  • Nem todas as pessoas usam mecanismos de pesquisa e redes sociais (no Brasil são 63,3 milhões de pessoas offline).

Existe outro fator a considerar quando o assunto é publicidade tradicional. Trata-se do fato de pessoas não gostarem de anúncios digitais agressivos. Segundo pesquisa divulgada pela HubSpot (fonte: https://www.hubspot.com/marketing-statistics):

  • 81% dos consumidores fecharam um navegador ou saíram de uma página da web por causa de um anúncio pop-up;
  • 73% das pessoas não gostam de anúncios pop-up;
  • 70% das pessoas não gostam de anúncios para celular;

Apesar de não gostarem de anúncios digitais, ainda de acordo com a Hubspot:

  • Dois terços dos consumidores podem se lembrar de uma marca específica que viram anunciada no celular na última semana;
  • 60% dos consumidores clicam em anúncios para celular pelo menos semanalmente;
  • 49% das pessoas clicam em anúncios de texto.

O importante aqui não é estudar cada um dos dados profundamente. Precisamos entender que ainda há espaço para o marketing online e o offline. A estratégia que sua empresa vai adotar depende do público-alvo.

Mas a tecnologia não afeta a maneira como tratamos a publicidade?

Conforme artigo divulgado no site SingularityHub, a publicidade tradicional logo virará história. Na visão do autor, Dr. Peter Diamandis (nomeado pela Fortune Magazine como um dos 50 Maiores Líderes do Mundo), será a Inteligência Artificial que tomará as nossas decisões de compras.

A AI (do inglês Artificial Intelligence) já é utilizada por varejistas para entender o cliente e tornar sua experiência online o mais fácil e agradável possível. A tecnologia tem contribuído para que empresas forneçam um serviço personalizado e conveniente.

Se a Inteligência Artificial tem mudado a maneira como vendemos, ela deve transformar a maneira como compramos. Para o Dr. Pete, chegará um ponto em que a inteligência conseguirá verificar o suprimento de itens consumidos regularmente e poderá solicitá-los “automaticamente” antes que saibamos que precisamos deles.

Como escreve Richard Grey em artigo no site da BBC, “as máquinas que usamos diariamente estão ficando mais inteligentes, o que significa que a tecnologia não é mais futurista, mas é cada vez mais integrada a todos os domínios de nossas vidas”.

Na opinião do Dr. Pete, a integração da Inteligência Artificial em nossas vidas irá um pouco além: “no final do dia, minha IA fará compras para mim com base em métricas fundamentais: qual opção de produto é a mais saudável, o menor custo, a mais segura e a mais bem alinhada ao meu gráfico social”.

Quando esse cenário for real, pode ser que publicidade digital tenha que mudar para chamar a atenção da IA, ao invés de procurar atrair os olhares dos humanos.

Concluindo

Seja no offline ou no real, e independentemente de estatísticas, o fato é que a publicidade tradicional tem seu valor. Como tudo, o marketing evolui para atender a um novo cenário, mas como empresas temos que entender onde estão nossos clientes.

Para uns, pode fazer sentindo anunciar em uma revista, para outros, investir em publicidade em um evento chama mais atenção. No fim, o que conta é investir no meio que mais atrai seu público.

Uma coisa é certa: a concorrência está cada vez mais acirrada. Isso significa que empresas precisam analisar as ações de marketing que farão, entendendo que o público está cada vez mais bem informado (e não quer perder tempo).

E você, qual sua opinião sobre a publicidade? Como você enxerga o futuro do marketing e o papel da Inteligência Artificial?

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Créditos imagem: Pixabay por Sharon Ang

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
  • Diretora Executiva
  • Mentoria em gestão de negócios.
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